28 de janeiro de 2013

Tempos e tempos

Me lembro bem...
Das contagens regressivas mentais, 
dos balanços astrais
de nossos amores passados.

Somos viajantes do tempo, 
Amantes do vento. 
Perdemos a última passagem
que iria pra nunca mais...
Terei que ficar, até que seja tarde demais.

Questão de gosto e desgosto,
podemos ser melhores amigos
assim que trocarmos olhares fatais.

Tempo perdido, amores amigos.
Sendo detido por um crime esquecido. 
Fugimos unidos, por um só destino
a porta é uma, mas são muitos caminhos.

Seremos eternos à nossa maneira. 
E tudo bem se o dia não terminar como queria,
amanhã será bem melhor, 
será outro dia, outro sol
que brilhará sobre as nossas cabeças.

Será bem melhor.

12 de janeiro de 2013

Destinos astrais

Com tua boca tão macia, 
e teu beijo tão mortal. 
Eu pareço um garotinho 
em uma noite de natal.

Passo por ruas e avenidas, 
esperando te encontrar. 
Se sei que estás distante,
desejo poder voar.

Uma mordida na maça, 
um telefonema a mais. 
Queria ser o tempo,
pra poder voltar atrás.

Nos meus meros caminhos,
descalço vou andar.
Pra poder sentir espinhos
e quem sabe te amar.

Marcas de um verão,
nos tornam mais reais,
nossa história na terra 
foram destinos astrais.

7 de janeiro de 2013

Doce sabor, amor.
Doce ilusão, amarga tentação.
Austero conflito, 
em vinho embebido.

Através do vidro quebrado da janela
pode-se ver minha mente mudar,
pode-se ver meu mundo cair, 
minha vida ruir.

Grave em sua mente minha expressão,
o vazio que levo no peito.
Ele um dia será nosso...
Dividido em doses iguais de whisky.

Sarcasmo do destino, 
ter-te aqui comigo, em meu peito, 
E tão longe de qualquer sensação...
Posso sentir sua respiração,
mas não o seu amor.

6 de janeiro de 2013

Despedida.

Sei que não gosta que eu diga, 
mas precisava te falar uma vez mais
que te amo, e só a ti amo.

Ficarei bem, apesar de ir embora, 
não se esqueças de mim.

A gente nem se despediu...

Só peço que não se desculpe.
Nada disso é culpa nossa,
faz tudo parte de nossa história.

Agora que estamos distantes,
só nos resta sorrir. Esperar e sorrir.

Pra que quando te vir novamente
se veja um beijo, ao invés de lágrimas.
Um beijo... 

Vida.

Felicidade...
Bate no peito a ansiedade,
a falta de coragem ao regressar
de uma luta armada, onde há banho de sangue.

Vida...
Lembrai de dias felizes
onde diziam que duraria pra sempre.
Não... não sobrou um resquício sequer
dos tempos onde eras alguém.

Angústia...
Que suga das estranhas de um coração partido
a doce ilusão de um final feliz que nunca virá.
Cicatrizes marcam teu coração e tua alma
como se chibatadas fossem distribuídas por aqueles 
que nunca viram e nunca virão a luz do dia.

Fim...
E então, como um mero infeliz, cansado de ser enganado
tira a própria vida, que crê que nunca teve. 
É chamado louco, pelos loucos que não sabiam da realidade.
Enfim... com uma lâmina ao peito, jaz ao seu leito 
sem impor sua dor a ninguém... 
Só a si mesmo.
E pensa: Nunca mais.

4 de janeiro de 2013

Inércia

Socorri teu amor,
das profundezas de um oceano escuro. 
torci apenas por uma reação, 
algo que pudesse me dizer:
Sim, estamos vivos. 

Mas o que vi foi inércia.

Toda aquela paixão estava ali
à flor da pele novamente,
mas inerte, eu senti, inerte. 

A hora não é agora...
Estou adiantado para o grande
 banquete de boas vindas.

Deixarei ali, nu, como encontrei. 
Me sentarei onde há sombra e esperarei.
Enquanto isso escreverei teu nome na areia
e pedirei com fervor ao tempo, pai da morte,
que tenha compaixão e faça os dias passarem logo.

E esperarei... 
o quanto for necessário estarei ali, 
do lado de fora do muro, eu estarei.
Voltarei ao chamar-me meu nome,
com uma rosa em uma mão, 
e na outra, muita saudade.

Lá fora,

Dê-me a lâmina mais afiada
porque meu dragão é o maior. 
Mandaram-me para uma missão suicida
infelizmente não sou frio o suficiente.

Meu sangue corre rápido
e eu preferiria não estar lá.
O mais bravo dos heróis,
o mais covarde dos amantes.

Imerso em um oceano congelado 
onde minhas lágrimas são ínfimas.
Ondas lavarão meu peito sujo
de suor, lágrimas e sangue.

Jogarei meu terno de linho fora,
minha armadura ficou pronta. 
Não vou mais me preocupar,
fiz minha oração de todo dia.

Desconfortável em meio aos dominós que caem um a um 
espero minha vez, abraçado ao meu roteiro.

Aqui na minha cabeça.

Aqui na minha cabeça
tem uma pequena criança
que chora a todo instante
pedindo por colo e consolo.

Aqui na minha cabeça
tem um segredo que vou te contar:
eu sou diferente de todos
em volta de mim.

Tudo gira e vai pro alto, 
o sol parece tão perto. 
Levem-o pra longe de mim,
pra eu poder dormir em paz.

Se eu pareço bem é porque trancafiei
 aquele pequeno incômodo,
 que chora e berra, no porão, 
ao lado do bicho papão.

Aqui na minha cabeça, 
só o que peço é um pouco de silêncio. 
Se estou um pouco irritado hoje 
não liguem, é só o barulho aqui dentro.

1 de janeiro de 2013

A nós.

Nós, que somos mais 
que meros espectadores, 
nos tornamos atores dessa
fatídica tragédia da vida. 

Nós que não nos conformamos 
em seguir o roteiro nos dado, 
escrevemos nossa própria história 
no maravilhoso livro da vida.

Nós que corremos atrás
daqueles sonhos mais impossíveis,
como se estivessem logo ali na esquina.

Nós que temos a certeza de ser.
De ser mais, de ser melhor. De apenas ser.
Nós... fieis seguidores de nós mesmos.

A nós, um final feliz
digno de nossa eterna caminhada.

Para Carina Paludeto.