Havia vinho naquela taça.
Envenenado talvez... e talvez eu soubesse
antes mesmo de bebe-lo.
Matar-me? Penitência miserável!
Queriam ver-me sofrer, em meio a sorrisos frouxos
e palavras desnecessárias.
Havia vinho naquela taça... Envenenado talvez.
E fez-me perder as lágrimas. Secaram-[se]. Secaram-[me],
não consigo chorar... o pranto simplesmente não sai.
E em meio à chicoteios profanos no sagrado coração pecador,
fico eu, amuado, desemparado.
Cego em meio às belas paisagens deslumbrantes,
que antes faziam-me crer e agora só provam que eu estava errado.
Pois como é lindo, florido e variado, o mesmo cemitério
que antes fazia as lágrimas descerem, amargas,
à lembrança de um de nós que já se foi.
Mas eu não sei esquecer, não consigo mais chorar.
E um amor, que se vai, roubado pela bondade divina,
simplesmente me ensina,
que em deus também não se pode confiar,
a menos que já se espere que o pior não te faça mais chorar.