31 de março de 2012

Fim

Tu que esperas pela vida
angustiado com o porvir.
Tu que corres desesperado
sem saber pra onde ir.

Tu que para alcançares teus
objetivos, vigia noite e dia.
E tu desafortunado vagante
obcecado pela alegria.

Saiba que de nada adianta
lutares por coisa alguma, pois
a vida, voluptuosa, é impar.

Apesar dos esforços, tente entender
o final será apenas um, e só o
saberemos quando ele nos surpreender.

Trauma

Finge como se fosses um anjo.
Vigia-te demônio!
Cuida-te para que não mate
aos outros e a si mesmo.

Olhai para teu lado e verás,
o quão mórbida é a tragédia
a que destinastes a tua própria vida.
Vede pois a carne de quem dilacerastes.

Monstro de duas caras!
Revela-te na tua real forma.
Apareça à luz dos candelabros
e diz por que tens fome de almas.

Acabe com essa dor
mostre ao mundo quem és.
Não digas que amou!
Nunca fostes apta a isso.

30 de março de 2012

Escolha

O quão fácil é deixar
a vida nas mãos do destino,
tirar a responsabilidade 
de seu próprio fracasso e
simplesmente fingir que é feliz.

Fingir que não ama,
fingir que não sente,
que não vê, fingir que não é.
Se abster da escolha,
e ser nada mais que nada.

Não ter a coragem de acreditar,
de ver que não é mais possível
viver entre a raiva e o amor.
Ah... é necessário escolher,
viver sem escolha é não ter vida.

Sentir a paz de não errar
e o terror de não tentar.
A única realmente escolha necessária
é ter de escolher entre viver
ou simplesmente existir.

27 de março de 2012

Descobertas

Ontem descobri que te amo.
Descobri também que meu motivo
de acordar todas as manhãs e sorrir,
não passa de uma mentira que inventei.

Ontem descobri o segredo da vida.
Descobri que posso ir muito mais além
do que qualquer homem jamais foi
e descobri que nunca irei.

Ontem descobri que o que me sufoca
não é o peso do mundo nas minhas costas,
descobri que o que me sufoca está dentro de mim,
meus pensamentos são a alma lúgubre do meu viver.

Ontem descobri que te amo.
Hoje descobri que tudo muda
e que eu nunca saberei nada.
E que não descobri coisa alguma.


26 de março de 2012

Passagem II

Como uma rosa que desabrocha...
assim surgiu o amor.
Como em uma manhã ensolarada,
assim surgiu a paixão.

Como em uma noite tempestuosa,
nasceu o ódio.
Como uma punhalada inesperada,
nasceu o ódio.

Como se esperasse perdão,
transformou-se em raiva,
Como se já perdoasse,
era raiva.

Como se já não existisse,
passou à indiferença,
Como se já não o tivesse sido,
passou a não ser.

Como passou a não mais ser,
foi esquecido.
E foi esquecido que esqueceu-se de algo,
assim como todo esqeecimento.

E assim...
como uma rosa que desabrocha,
assim surgiu o amor.

25 de março de 2012

Passagem

Amor.
Ódio.
Raiva.
Desprezo.
Indiferença.
Esquecimento.
Amor...

21 de março de 2012

De tudo a nada

De olhos em olhos,
de boca em boca,
de beijo em beijo.
De sorrisos à lágrimas.

De sonho em sonho,
de saudade em saudade,
de lembranças ao esquecimento.

De passo em passo,
de experiências ao extremo.

Da vida à morte.

À morte...

14 de março de 2012

Nunca mais (Estêvão Barros)

Nunca mais

Apesar de nunca saber
o que escrever a seguir,
continuo com a caneta à mão
pronto e relembrar memórias ingratas.

De tua face a teus pés,
invejo o passado...
O remoto passado recente,
O qual me recuso conseguir esquecer.

Teus olhos ternos já não existem...
Se foram com sua escolha
caminham pra longe e
sinto-me tão só quanto poderia.

Não passo sem lembrar-me de ti
mais de alguns ótimos minutos,
de tal forma que comecei a escrever de mim
e acabei por escrever de você em mim...

E já não sei agora
se o que escrevo é mera poesia
ou uma carta a ti...