Tudo o que tive por algum tempo se foi,
como se o verão houvesse chegado.
A chuva insistiu em cair o tempo todo
e quando chego em casa... o tempo se abre.
O vermelho e o verde se misturam,
como se fossem uma só cor.
E por algum tempo, a arte resultante
embriagou os corações mesclados.
A confusão se desfez por algum tempo,
para se formar novamente, como tempestade.
Em copo d'água que seja,
mas quem nunca se engasgou ao beber muito depressa?
Não temo que seja o fim,
não porque não seja.
Disso ninguém tem certeza.
Não temo, pois soubemos ser.
Fomos.
E foi suficiente.
Nada que digam vai mudar o que foi.
Não de fato. Nem de mentira.
Só de nós. E o nós... Que sentimos.
A chuva insistiu em cair o tempo todo.
Mas uma hora o tempo se abre.
Sempre abre.
Para se fechar de novo.