17 de junho de 2013

Vermelho

A verdade é que perdi. 

Tudo o que tive por algum tempo se foi, 
como se o verão houvesse chegado.
A chuva insistiu em cair o tempo todo
e quando chego em casa... o tempo se abre.

O vermelho e o verde se misturam,
como se fossem uma só cor. 
E por algum tempo, a arte resultante 
embriagou os corações mesclados.

A confusão se desfez por algum tempo, 
para se formar novamente, como tempestade.
Em copo d'água que seja, 
mas quem nunca se engasgou ao beber muito depressa?

Não temo que seja o fim, 
não porque não seja.
Disso ninguém tem certeza.
Não temo, pois soubemos ser.
Fomos. 
E foi suficiente.

Nada que digam vai mudar o que foi. 
Não de fato. Nem de mentira.
Só de nós. E o nós... Que sentimos.

A chuva insistiu em cair o tempo todo.
Mas uma hora o tempo se abre. 
Sempre abre. 
Para se fechar de novo.

8 de junho de 2013

Quem me dera

Quem me dera pudesse eu te amar
com a facilidade de outrora.
Beijar-te sem preocupações,
sem as repulsas de outras bocas.

Quem me dera pudesse te olhar
com a inocência virgem do primeiro amor
sem as veredas pungentes do ciúmes,
sem as náuseas de outras camas.

E olho a ti como quem pede, desesperado
reacenda em mim aquele amor que está morto,
lembre-me da paixão que sufoquei irado.

Tenha fé nas palavras que um dia lhe dei,
tire-me dessa piscina de merda que entrei.
Faça-me esquecer que um dia você me esqueceu.