13 de fevereiro de 2012

O Poeta e a Princesa (Estêvão Barros)


O poeta e a princesa

I


A história de um poeta,
pobre fidalgo de lugar nenhum
E da nobre princesa
que possuía diversos reinos
em muitos corações.

A alma do poeta já sabia,
desde a primeira vez
Que seus olhos se encontraram
A princesa seria um dia
A razão de sua grande obra prima.

Mas enquanto o poeta escrevia
sobre todo o amor que levava no peito,
a princesa, indiferente,
mal sabia do amor daquele
que por ela suspirava,
apreciando a dor do que não via.

Tomaram caminhos diferentes.
Enquanto o poeta tentava se encontrar
Na gélida curva do caminho,
A princesa seguia,
Aquecida pelos braços da vida.

Após alguns anos errantes,
em uma noite de um dia frio,
eis que se encontraram,
O poeta e a princesa.
E a nobreza tinha o mesmo sorriso
e os mesmo olhar
que sempre estiveram nos olhos do poeta.


O poeta não se deixaria cativar
Por qualquer princesa
Que quisesse lhe roubar o coração.
Mas A princesa o levou
Para onde ninguém nunca
Poderia imaginar
Um reino além do conhecido,
Onde o Amor era o rei.

O poeta não mais escrevia
Sobre tempestades e naufrágios,
Passou a escrever sobre o sol,
Sobre as estrelas, sob o luar.

Com um pedido, uma rosa e uma surpresa,
Mostrou-se a simples perfeição.
E a princesa finalmente entendeu
Que amava o nobre fidalgo.
E o mundo foi testemunha
De algo mais que a paixão.
E os sonhos eram poucos
Para entender essa união.

Escrito estava, pelas mãos do poeta
Que seriam mais que amigos.
Escrito estava, pelas mãos do poeta
Que seriam amantes.
Que andariam de mãos dadas
Ao longo do mesmo caminho.
Amantes do universo
Além do entendimento.
Pois como poderia
Aquele pobre poeta
Tornar-se príncipe
E como dote pela bela princesa
Oferecer o mais valioso tesouro
Que um dia o pertencia.
O poeta deu para a princesa amada
O Amor que lhe inspirava a escrever poesia.


II


Mas eis que um dia
sobreveio a agonia.
E toda aquela poesia
Que antes ardia no peito do poeta,
Perdeu sua harmonia.
Oh, quão triste foi
Ver os versos que choravam
Os versos que lamentavam
A perda de tão sublime
Paixão.
Mas fora escrito,
Desde o tempo de Julieta,
Que impossível seria
Viverem juntos,
O poeta e a princesa.

O inverno chegou
E congelou o coração do poeta.
Enquanto a flor que a princesa
Um dia recebera
Secava e murchava,
A medida que o tempo ia passando.

O Amor, entretanto,
Não conhece barreiras.
E foi na maior das tempestades
De inverno
Que sobreveio o sol.

Foi quando os olhos
Dos amantes se reencontraram.
E disseram, sem nada dizer:
“Eu te amo”
Simplesmente, “eu te amo”.

E olharam-se, amaram-se
Olharam-se e apaixonaram-se
Uma vez mais.

O mundo sumiu.
O amor da princesa e do poeta
Eram soberanos sobre tudo.
E outra coisa ali que não fosse
O amor e a paixão
Simplesmente não existia.



III

Mas eis que não convinha
Esperar pelo que não havia.
E se não mais a princesa
Amava o poeta,
O que ele faria?

Poderia pois o pobre poeta
Deixar aquela fantasia
Partir para a realidade,
Dizer tudo o que não dizia?

Ele disse a princesa
Não se vá, meu amor
Não mate o que há de mais belo
Não mate meu interior.

Já era tarde.
A princesa estava cansada
E aquele sentimento lindo
Foi sufocado pela dor.
E o peito do poeta pulsava
Por amor.

Não mais havia princesa
Não mais havia poeta.
O amor passou a ser uma história
Contada em uma poesia.
Ah!!! Quem dera o poeta
Fosse, na verdade, um contista.
Quem dera fosse um conto de fadas
Ao invés de uma poesia.
Pelo menos assim o
“Felizes para sempre” existiria

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