O poeta e a princesa
pobre fidalgo de lugar nenhum E da nobre princesa que possuía diversos reinos em muitos corações. A alma do poeta já sabia, desde a primeira vez Que seus olhos se encontraram A princesa seria um dia A razão de sua grande obra prima. Mas enquanto o poeta escrevia sobre todo o amor que levava no peito, a princesa, indiferente, mal sabia do amor daquele que por ela suspirava, apreciando a dor do que não via. Tomaram caminhos diferentes. Enquanto o poeta tentava se encontrar Na gélida curva do caminho, A princesa seguia, Aquecida pelos braços da vida. Após alguns anos errantes, em uma noite de um dia frio, eis que se encontraram, O poeta e a princesa. E a nobreza tinha o mesmo sorriso e os mesmo olhar que sempre estiveram nos olhos do poeta. O poeta não se deixaria cativar Por qualquer princesa Que quisesse lhe roubar o coração. Mas A princesa o levou Para onde ninguém nunca Poderia imaginar Um reino além do conhecido, Onde o Amor era o rei. O poeta não mais escrevia Sobre tempestades e naufrágios, Passou a escrever sobre o sol, Sobre as estrelas, sob o luar. Com um pedido, uma rosa e uma surpresa, Mostrou-se a simples perfeição. E a princesa finalmente entendeu Que amava o nobre fidalgo. E o mundo foi testemunha De algo mais que a paixão. E os sonhos eram poucos Para entender essa união. Escrito estava, pelas mãos do poeta Que seriam mais que amigos. Escrito estava, pelas mãos do poeta Que seriam amantes. Que andariam de mãos dadas Ao longo do mesmo caminho. Amantes do universo Além do entendimento. Pois como poderia Aquele pobre poeta Tornar-se príncipe E como dote pela bela princesa Oferecer o mais valioso tesouro Que um dia o pertencia. O poeta deu para a princesa amada O Amor que lhe inspirava a escrever poesia. II Mas eis que um dia sobreveio a agonia. E toda aquela poesia Que antes ardia no peito do poeta, Perdeu sua harmonia. Oh, quão triste foi Ver os versos que choravam Os versos que lamentavam A perda de tão sublime Paixão. Mas fora escrito, Desde o tempo de Julieta, Que impossível seria Viverem juntos, O poeta e a princesa. O inverno chegou E congelou o coração do poeta. Enquanto a flor que a princesa Um dia recebera Secava e murchava, A medida que o tempo ia passando. O Amor, entretanto, Não conhece barreiras. E foi na maior das tempestades De inverno Que sobreveio o sol. Foi quando os olhos Dos amantes se reencontraram. E disseram, sem nada dizer: “Eu te amo” Simplesmente, “eu te amo”. E olharam-se, amaram-se Olharam-se e apaixonaram-se Uma vez mais. O mundo sumiu. O amor da princesa e do poeta Eram soberanos sobre tudo. E outra coisa ali que não fosse O amor e a paixão Simplesmente não existia. III Mas eis que não convinha Esperar pelo que não havia. E se não mais a princesa Amava o poeta, O que ele faria? Poderia pois o pobre poeta Deixar aquela fantasia Partir para a realidade, Dizer tudo o que não dizia? Ele disse a princesa Não se vá, meu amor Não mate o que há de mais belo Não mate meu interior. Já era tarde. A princesa estava cansada E aquele sentimento lindo Foi sufocado pela dor. E o peito do poeta pulsava Por amor. Não mais havia princesa Não mais havia poeta. O amor passou a ser uma história Contada em uma poesia. Ah!!! Quem dera o poeta Fosse, na verdade, um contista. Quem dera fosse um conto de fadas Ao invés de uma poesia. Pelo menos assim o “Felizes para sempre” existiria |
13 de fevereiro de 2012
O Poeta e a Princesa (Estêvão Barros)
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