em que se vê nu perante ele mesmo e perante o outro.
Se envergonha do que é e do que jamais foi,
sabe bem que jamais será também.
Nada sabe demais, além do óbvio, do ópio que aturde.
Das mãos que esmagam, dos olhos que afastam e das palavras que matam.
Nada além do óbvio, o que vemos por aí.
Um rindo, outro chorando, um no passado, outro nem tanto.
E as ruas cheias de gente são grandes desertos.
Pois ali estão pessoas, mas não estão sentimentos.
Só permanecem de pé pequenos fragmentos que não são mais que objetos,
discretos à luz do poste, ou da loja em que compram mais dejetos.
Sejam eles humanos ou não. Nunca o são.
Pois fazem parte da desumanização do corpo, da alma e do coração.
Nada mais que pequenos falsos diamantes que se pensam valiosos como um amante,
mas não passam de vidro frágil, pronto a se quebrar a qualquer instante.
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