2 de novembro de 2012

Sem [tido] (Por Paula Nonato)



Pra que calar-se de inspirações absurdas e nebulosas sensações de amor?
Quero o sabor da vida tranquila, a dor depois de um porre. Quatro e vinte quero viajar.
Pra que silenciar o sentir das confusões que rebatem as mentes ocas se ao menos não sabemos mais respirar?!
Gritar encantos, refutar meus prantos só pra me ouvir cantar?
Sair por ai sem rumo, beijar quem conheci agora, a vinda inteira navegar.
Pra que só racionar se amo-te a cada sentimento oculto?
Exploda o mundo e suas concepções, destrua revistas de moda, queime os vizinhos, transe comigo sem parecer vulgar!
Quebre a tv, rasgue o jornal, mate um burro e venha me amar, sem parecer vulgar!
Vulgar, que não tem nada que se deixa destacar. INCONSPÍCUO. Sujo.
Grite com os mais velhos, faça suas ordens, vire um rebelde e venha me beijar.
E depois, nada que eu tenha dito fara sentido, pois tudo que escrevo faz luto à solidão.



Nota: Essa foi umas das coisas mais belas que já li na minha vida. Sem mais

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